segunda-feira, 15 de junho de 2009

Rio de Janeiro vive experiência bem-sucedida do policiamento pacificador

A polícia expulsa traficantes de drogas, ocupa o morro e devolve aos moradores a esperança de uma vida em paz. É uma política de segurança que precisa ser de longo prazo.

A polícia expulsa traficantes de drogas, ocupa o morro e devolve aos moradores a esperança de uma vida em paz. Você vai conhecer a experiência bem-sucedida do Rio de Janeiro. Uma política de segurança que precisa ser de longo prazo.

Ao longo dos anos, o mundo assistiu a diferentes formas de enfrentar o tráfico e tudo o que vem com esse tipo de crime. Duros enfrentamentos com as forças de segurança, com mortes dos dois lados ou a liberação total da droga, numa tentativa de enfraquecer os cartéis.

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No Rio de Janeiro, onde a população fica frequentemente no meio do fogo cruzado entre polícia e traficantes, uma nova palavra de ordem está surgindo: o Policiamento Pacificador.

O Morro da Babilônia é uma das comunidades mais antigas e tradicionais do Rio de Janeiro que é vizinha à do Chapéu-Mangueira. É uma área nobre do Rio. São duas comunidades que ficam em um ponto privilegiado, bem em frente à Praia do Leme, na Zona Sul do Rio, uma área muito procurada por turistas.

É um bairro vizinho a Copacabana e uma área também muito habitada. Só nessas duas comunidades vivem sete mil pessoas que agora estão livres do tráfico de drogas. Os traficantes foram expulsos. Os dois morros estão ocupados pela polícia, e uma nova experiência de policiamento.

O repórter Vandrey Pereira esteve na área no fim de semana conversando com os moradores sobre esse novo modelo de atuaçãod a polícia.

Brincar na praça. a dona de casa Marluce de Mesquita conta que agora dá mais liberdade aos filhos. É uma nova fase, principalmente para Isa, de 4 meses.

“Subir e descer numa boa, ficar subindo com medo, descendo com medo, saindo de casa com medo. Que essa nova fase cresça junto com ela”, aposta Marluce.

Foi o primeiro fim de semana, desde a implantação da Unidade de Polícia Pacificadora, nos morros da Babilônia e do Chapéu-Mangueira, no Leme, na Zona Sul do Rio. A base da PM é quarta deste tipo na cidade.

O programa já existe na favela Santa Marta, também na Zona Sul, e no Jardim Batam e na Cidade de Deus, ambas na Zona Oeste. Em todas elas, traficantes foram expulsos. Desde então, policiais atuam de forma permanente dentro das comunidades. O efetivo total é de 460 homens. A meta é chegar a quase quatro mil até o fim de 2010, ampliar o número de áreas ocupadas e mudar a relação entre policiais e moradores.

“Em um primeiro momento, a questão é ganhar a confiança da comunidade, com uma integração maior. Temos que ver quais são as demandas das famílias, a relação da policia com a comunidade e aproximar essa relação”, aponta o Capitão Felipe Magalhães, da Policial Militar.

As maiores mudanças serão percebidas ao longo do tempo. O futuro de crianças e jovens promete ser melhor. Sem se preocupar tanto com a violência, o olhar dos moradores se volta agora para a busca de oportunidades, já que as portas estão abertas de vez para os projetos sociais.

O Estado acaba de levar internet gratuita para as comunidades. Mas a presidente da Associação de Moradores, Maria Helena Rodrigues e Souza, mostra que até então, creche, posto de saúde e oficina de artes só existiam por iniciativa da própria comunidade.

“Espero muito que os realmente órgãos públicos subam mesmo. Não adianta só fazer a ocupação policial, a ocupação policial vindo com os projetos sociais”, ressalta a presidente da Associação de moradores do Chapéu-Mangueira.

Na maioria das vezes, são moradores organizados que conseguem buscar o que falta. É o caso de da ONG Comitê de Democratização da Informática, criada há sete anos.

“Isso é muito importante, para que esse suporte não fique só restrito ao policiamento dessas áreas, mas que contagie a comunidade e a sociedade como um todo. Essas parcerias é que vão garantir esse desenvolvimento positivo para essas comunidades, a médio e longo prazo”, explica o presidente do Comitê Democratização da Informática, Rodrigo Baggio.

Eu mudei quando já tinha 20 anos. E eles têm a oportunidade com a idade deles. Se com 4 anos, eles já começarem a ter outra perspectiva de vida”, afirma a moradora e coordenadora de ONG Nívea Mendes.

Pesquisa da UFRJ quer transformar algas em combustível

Se tudo der certo, em 2013 o projeto sai do papel. Ainda há muito a ser feito para termos a que está sendo considerada, a terceira geração do álcool combustível.


Hoje é dia da nova coluna do Bom Dia Brasil sobre ciência e tecnologia. Do Arpoador, pertinho de Ipanema, Leblon, Márcio Gomes antecipa uma novidade. Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio (UFRJ) usa um tipo de alga que não se encontra em qualquer lugar. Tem origem na Ásia, mas no Brasil é que se revelou a possibilidade de se extrair álcool combustível delas.


Nem dá tempo de se distrair com a paisagem. Estamos navegando nas águas de Itacuruçá, litoral sul do estado do Rio de Janeiro. Nosso destino não é uma praia. Estamos atrás de uma plantação: discreta, perto de um costão - dentro d’água, de algas. O que também pode surpreender alguns é a serventia dessas plantas.


As algas são as maiores produtoras de oxigênio do planeta. Ajudam a limpar as águas, por se alimentarem de matéria orgânica, esgoto. Acredite: com a Kappaphycus alvarezii, nós temos contato todos os dias.

O biólogo trabalha em uma empresa que cultiva a alga no Brasil. A Kappaphycus alvarezii já é conhecida e explorada há anos em diferentes pontos do mundo, especialmente na Ásia. Dela se extrai uma geléia, a carragena, que é utilizada em vários produtos: pasta de dente, presunto, shampoo e sorvete.

"No sorvete, ela impede a formação de cristais de gelo. A caragenana vai puxar essa umidade e impedir que ela congele dentro do sorvete mantendo aquela textura cremosa do sorvete", explica o biólogo.

No Brasil, até agora, só houve autorização de plantio entre a Baía de Sepetiba, no Rio, e Ilhabela, em São Paulo. O cultivo é fácil e rápido. Em 45 dias, a alga está no ponto da colheita. Feita no braço, trazendo a rede que as mantêm na superfície.

Você não sabia, mas já existe uma pesquisa para extrair da Kappaphycus alvarezii mais um produto.

A pesquisa do professor Maulori Cabral, da Universidade Federal do Rio, já dura dois anos. A alga chega bem diferente do que vimos no mar, depois de passar por um processo simples de secagem.

“A partir dessa alga seca, a primeira coisa é fazer a reidratação, com a lavagem para tirar sais. Ao lavar, você tem as algas que começam a ser reidratadas", mostra Maulori Cabral.

A fervura desse material é a próxima etapa - adicionando ácidos para "quebrar" a carragena, transformando-a em um líquido. Depois, nova mistura, agora com leveduras, células que fermentam e produzem álcool a partir de moléculas de açúcar.

Após 26 minutos, na estufa a 30ºC, em uma temperatura agradável, a quantidade de gás no tubo mostra que houve uma fermentação perfeita.

“Se tem gás na parte de cima, isso significa que o líquido tem uma mistura de água e etanol. Para ser utilizada como biocombustível, a misturua precisa ser destilada”, explica Maulori Cabral.

Segundo o professor Maulori, se tudo der certo, em 2013 o projeto sai do papel. Ainda é preciso aumentar a produção de algas, melhorar as técnicas, investir em novas pesquisas. Só assim, teremos a que está sendo considerada, a terceira geração do álcool combustível.

Ainda falta muito para isso se tornar realidade. Mas, segundo os pesquisadores, existem vantagens de se retirar álcool de alga, se comparado com o de cana: é possível uma produção bem maior na mesma área plantada e não ocupa terra, solo. Não é preciso usar água doce para irrigar. E ainda: a cana tem que ser colhida e moída rapidamente. Já a alga, depois de seca pode ser estocada, servindo para regular a safra.

domingo, 14 de junho de 2009

Conceito de Geografia

Ontologia

Há muitas interpretações do que seria o objecto geográfico. Ratzel afirma que a Geografia estuda as relações recíprocas entre sociedade e meio, entre a vida e o palco de seus acontecimentos. Filósofos que buscaram criar uma ontologia marxista como Georg Lukács, influenciaram a construção de um modelo de análise do objecto da Geografia. Milton Santos se debruçou sobre a construção de um modelo ontológico, explicitado na análise dialéctica do movimento da totalidade para o lugar.

Uma afirmação comum é de que Há tantas geografias quanto forem os geógrafos. Apesar de as múltiplas possibilidades de orientações teórico metodológicas caminharem em direcções diferentes, deve-se respeitar a caracterização da Ciência Geográfica e as formulações acerca de seu objecto.

Cabe ainda afirmar que a distinção entre Geografia Humana e Geografia Física se refere aos ramos da Ciência Geográfica, pois as Geograficidades não apresentam essa fragmentação, decorrente exclusivamente da construção do conhecimento sobre a realidade.

De qualquer forma a ciência social deve dar conta de questionar a relação dialética do homem com a natureza, é impossível analisar o "meio natural" sem entender a relação que tem com o homem e da mesma forma é impossível analisar o "meio social" sem compreender as determinações que vem da relação que tem com a natureza. Há ainda discussões entre a Geografia técnica e a Geografia escolar, porem ambas parte do conheciemento cientifico apurado através do questionamento da razão, ou seja "advem" da filosofia clássica...

Epistemologia

A Geografia como ciência surge sob forte influência do Positivismo Lógico. E essa condição se expressa em grande parte nos estudos de geografia até hoje. Entretanto, a Ciência evoluiu e transformou as suas orientações teórico-metodológicas.

Sobre a sua epistemologia, é proverbial ressaltar um problema não só da geografia, como também de todas as ciências ambientais: Os recursos metodológicos utilizados na verificação dos postulados ou estudos geográficos são oriundos aos primeiros passos do naturalismo (Humboldt e Ritter).

É fácil concluir que em detrimento de diversas mudanças na temática ambiental, as ciências ambientais não poderiam utilizar recursos verificatórios de um lapso cronológico em que a vertente ambiental não provia atenção alguma da mídia e menos ainda dos poderes políticos, que enxergavam apenas o fortalecimento de suas economias em função de uma interminável exploração e esgotamento dos recursos naturais. Então, é extremamente necessário pensar em uma nova epistemologia, não só para geografia, mas para as demais ciências auto-denominadas "ambientais".

Com o surgimento da discussão a respeito de um estatuto próprio para as Ciências Humanas, a Geografia sente a necessidade de revisar sua epistemologia. Os críticos do positivismo, sob influência do Historicismo de Hegel e Dilthey, afirmavam ser impossível manter a objetividade e a neutralidade do conhecimento científico. Um exemplo claro é a idéia de Incomensurabilidade do Conhecimento, de Thomas Kuhn, na qual afirma a impossibilidade de separar os conceitos e juízos de valor do conhecimento dito neutro.

Ainda no contexto do embate historicismo x positivismo surgem dois grandes nomes da Geografia: Friedrich Ratzel e Vidal de La Blache. O primeiro, influenciado por Ritter e Haeckel, notabilizou-se pelos estudos de Geografia Política e de alguma forma ajudou a consolidar a Geografia de Estado. Já o outro, empirista, trabalhou principalmente sobre o conceito de Gênero de Vida e afastou a Geografia das relações com a sociologia, então representada pela morfologia social de Émile Durkheim. Essa condição é exemplificada na famosa definição: Geografia é a ciência dos lugares e não dos Homens. La Blache e Ratzel representavam respectivamente as escolas Francesa e Alemã em uma época em que as universidades se fecharam em seus próprios países criando escolas nacionais. Lucien Febvre, historiador francês, em seu livro A Terra e Evolução do Homem, criou uma imagem reducionista deste conflito teórico-ideológico, através da criação dos conceitos de escolas geográficas: Determinismo e Possibilismo. Essa consideração reducionista contribuiu para criar imagens errôneas sobre os dois autores, e por muito tempo Ratzel foi entendido como simples determinista geográfico e La Blache como um simples possibilista geográfico. Hoje essa concepção foi superada e o recorte abstrato de Febvre foi relativizado, na medida em que nenhum dos dois Geógrafos enquadrava-se completamente nas escolas a eles atribuídas.

Durante a renovação pragmática nos EUA, surgiu uma corrente chamada Geografia Teorética, na qual os métodos quantitativos geográficos agem com métodos numéricos peculiares para (ou pelo menos é muito comum) a geografia. Por consequência à análise do espaço, provavelmente encontrará temas como a análise de rácios, análise discriminatória, e não – paramétrica e testes estatísticos nos estudos geográficos. Um expoente dessa corrente no Brasil foi Antonio Christofoletti, co-fundador da Revista de Geografia Teorética.

Sob a influência da Fenomenologia de Husserl e Merleau-Ponty foram desenvolvidos estudos de Geografia da Percepção, que valorizam a construção subjetiva da noção de espaço perceptivo. Inter-relações com a psicologia de massas e psicanálise, entre outras áreas, garantiram uma multidisciplinalidade desses estudos na (re)construção de conceitos como horizonte geográfico, (percepção do) lugar, sociabilidade e percepção do espaço, espaço esquizóide, entre outros. Alguns textos de Armando Corrêa da Silva fazem referência à Geografia da Percepção.

No final da década de 70 iniciou-se um movimento de renovação crítica da Geografia, marcado no Brasil pelo encontro nacional de Geógrafos em 1978 no Ceará. Esse movimento acompanhou a inserção do marxismo como base teórica do discurso geográfico e assimilou um arcabouço conceitual do marxismo na construção de teorias sobre a (re)produção do espaço e a formações sócio-espaciais.

No Brasil, um representante dessa corrente foi Milton Santos. O geógrafo Armando Corrêa da Silva escreveu alguns artigos sobre as possíveis limitações que uma adesão cega a essa corrente pode causar.

Na Itália, Massimo Quaini foi o principal autor a escrever sobre a relação entre a corrente marxista e a Ciência Geográfica.

O principal veículo de divulgação da Renovação Crítica da Geografia foi a Revista Antipode, criada em agosto de 1968 nos Estados Unidos, sob a direção editorial de Richard Peet, então professor na University of British Columbia. O primeiro artigo da Revista justificava seu subtítulo – A Radical Jornal Of Geography – escrito por David Stea, “Positions, Purposes, Pragmatics: A Journal Of Radical Geography”, introduzia no mundo acadêmico um publicação que viria a ter muita importância para discussões no âmbito da ciência geográfica.

Antipode já contou a com a participação de Geógrafos como Milton Santos e David Harvey, que até hoje é um dos colaboradores, além de um grupo de cientistas do mundo todo: EUA, Canadá, Japão, Índia, Inglaterra, Espanha, África do Sul, Holanda, Suíça, Quênia, coordenados sob a editoração de Noel Castree da Universidade de Manchester (Inglaterra) e Melissa Wright da Universidade da Pensilvânia (EUA).

Cartografia

Através da produção de mapas e cartas a Cartografia manifesta-se como uma linguagem essencial para a produção de imagens geográficas através de conceitos espaciais como Localização, Densidade, Distribuição, Escala, Distância. A cartografia clássica juntou-se com a abordagem mais moderna de análise geográfica, baseada em sistemas de informações geográficas computadorizadas (GIS).

A cartografia estuda a representação da superfície de Terra com símbolos abstractos. Pode-se, sem muita controvérsia, dizer que a cartografia é a semente da qual nasce, um campo Maior, a Geografia. Ainda que outras subcategorias da geografia confiem nos mapas para nos mostrar a sua análise, o actual fabrico de mapas é suficientemente abstracto para ser visto separadamente.

A cartografia cresceu duma colecção de projetos e técnicas até à ciência actual. Os cartógrafos devem aprender psicologia cognitiva e ergonómica para compreender quais os símbolos conduzem a uma informação sobre a Terra mais eficaz, e psicologia do comportamento para induzir os leitores dos seus mapas a actuar de acordo com a informação. Eles devem aprender correctamente geodesia e matemáticas avançadas para perceber como a forma da Terra distorce um mapa que está projectado numa superfície plana.

Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) processam a informação sobre a Terra num computador, de um modo preciso e apropriado ao propósito de informar. Por esse fato, em todas as subcategorias da geografia, os especialistas de SIG devem dominar o computador e sistemas de base de dados. O SIG revolucionou o campo da cartografia de tal forma que para se fazer um mapa hoje em dia recorre-se sempre a algum tipo de software de SIG.

Geógrafo e Professor de Geografia

No Brasil, o Geógrafo é o profissional que fez o Bacharelado em Geografia, legalmente habilitado através da Lei 6664/79, no qual remete-se ao registro no CREA- Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura- de seu estado.

A diferenciação profissional entre um Geógrafo e um Professor de Geografia é que o Geógrafo possui habilitação para emissão de pareceres técnicos, desde que regularmente associado ao CREA, assim como para a elaboração de EIA/RIMA, podendo também prestar concursos públicos para quadros estatais que precisem de bacharelados.

Já o professor de Geografia é o profissional que tem titulação de Licenciado em Geografia, podendo exercer legalmente apenas as funções de docência, do 6º ano ao 9º ano do Ensino Fundamental (antigas 5ª a 8ª série), e todo o Ensino Médio.

Para lecionar no Ensino Superior, tanto o licenciado quanto o bacharel, o requisito é um curso de mestrado, não necessariamente na Geografia, mas também nas áreas afins. A obrigatoriedade fica por conta de cada edital de concurso ou da política interna das universidades.

Historicamente, o geógrafo vem perdendo colocação no mercado de trabalho para o Engenheiro Ambiental e geólogo, devido à visão segmentada do conhecimento que o mercado exigiu nos últimos anos, pois o geógrafo não se compatibiliza com análises segmentadas e sim é capacitado para lidar com a visão de totalidade que envolve as análises das dinâmicas sócio-espaciais, seu principal objeto de estudo.

Apesar de nos últimos anos o próprio modo capitalista de produção ter contribuído para a segmentação do conhecimento, há uma tendência no mercado de trabalho onde é importante ter a capacitação de analisar a totalidade dos fenômenos de maneira interdisciplinar. Dessa forma o Geógrafo acaba sendo um importante profissional cada vez mais designado para coordenar equipes multidisciplinares devido a sua formação abrangente. Contudo, os Geógrafos vem nesta última década, ganhando considerável espaço no mercado de trabalho no Brasil e no mundo, em função principalmente de novas tecnologias, que estão sendo aliadas para a conversão e produção de trabalhos em meio digital. Frente ao Mercado de trabalho Atual no Brasil, alguns profissionais compartilham informações em comum, são estes os : Geógrafos, Engenheiros Agrimensores, Engenheiros Cartógrafos, principalmente.


Você sabia...

No dia 29 de maio comemora-se o dia do geógrafo.

PORQUE ESTUDAR A GEOGRAFIA?

ESTUDAR GEOGRAFIA é a forma de compreendermos o mundo em que vivemos. Por meio desse estudo, podemos entender melhor tanto o local em que moramos - seja uma cidade, seja uma área rural - quanto o nosso país, assim como os demais países da superfície terrestre. O campo de preocupação da geografia é o espaço da sociedade humana, onde os homens e as mulheres vivem e, ao mesmo tempo produzem modificações que o (re) constroem permanentemente. Indústria, cidades, agricultura, rios, solos; climas, populações: todos esses elementos - além de outros ­constituem o espaço geográfico, isto é, o meio ou a realidade material onde a humanidade vive e do qual ela própria é parte integrante.
Tudo nesse espaço depende do ser humano e da natureza. Esta última é a fonte primeira de todo o mundo real. A água, a madeira, o petróleo, o ferro, o cimento e todas as outras coisas que existem nada mais são que aspectos da natureza. Mas o ser humano reelabora esses elementos naturais ao fabricar os plásticos a partir do petróleo, ao represar rios e construir usinas hidrelétricas, ao aterrar pântanos e edificar cidades, ao inventar velozes aviões para encurtar as distâncias. Assim, o espaço geográfico não é apenas o local de moradia da sociedade humana. mas principalmente uma realidade que é a cada momento (re) construída pela atividade do ser humano.
As modificações que a sociedade humana produz em seu espaço são hoje mais intensas que no passado. Tudo o que nos rodeia se transforma rapidamente. Com a interligação entre todas as partes do globo, com o desenvolvimento dos transportes e das comunicações, passa a existir um mundo cada vez mais unitário. Pode-se dizer que, em nosso planeta, há uma única sociedade humana, embora seja, uma sociedade plena de desigualdades e diversidades. Os "mundos" ou sociedades isoladas, que viviam sem manter relações como restante da humanidade, cederam lugar ao espaço global da sociedade moderna.
Na atualidade, não existe nenhum país que não dependa dos demais, seja para o suprimento de parte das suas necessidades materiais, seja, pela internacionalização da tecnologia, da arte, dos valores, da cultura afinal. Uma guerra civil, forte geadas com perdas agrícolas, a construção de um novo tipo de computador, a descoberta de enormes jazidas petrolíferas, enfim, um acontecimento importante que ocorra numa parte qualquer da superfície terrestre provoca repercussões em todo o conjunto do globo. Muito do que acontece em áreas distantes acaba nos afetando de uma forma ou de outra, mesmo que não tenhamos consciência disso. Não vivemos mais em aldeias relativamente independentes, como nossos antepassados longínquos, mas num mundo interdependente e no qual as transformações se sucedem numa velocidade acelerada.
Para nos posicionarmos inteligentemente em relação a este mundo temos de conhecê-lo bem. Para nele vivemos de forma consciente e crítica, devemos estudar os seus fundamento, desvendar os seus mecanismos. Ser cidadão pleno em nossa época significa antes de tudo estar integrado criticamente na sociedade participando ativamente de suas transformações. Para isso, devemos refletir sobre o nosso mundo, compreendendo-o do âmbito local até os âmbitos nacional e planetário. E A GEOGRAFIA É UM INSTRUMENTO INDISPENSÁVEL PARA EMPREENDERMOS ESSA REFLEXÃO, REFLEXÃO QUE DEVE SER A BASE DE NOSSA ATUAÇÃO NO MUNDO. (VESENTINI, J. Willian. Sociedade e Espaço. Atica. 2000. 3ed. 343p.)
Saiba o que é a GEOGRAFIA...

A Geografia é uma ciência que tem como objeto principal de estudo o espaço geográfico que corresponde ao palco das realizações humanas. O homem sempre teve uma curiosidade aguçada acerca dos lugares onde desenvolvem as relações humanas e as do homem com a natureza, principalmente com o intuito de alcançar seus interesses.

O conhecimento da Terra e de todas dinâmicas existentes configura como um objetivo intrínseco da ciência geográfica, essa tem seu início paralelo ao surgimento do homem, no entanto, sua condição de ciência ocorreu somente com o nascimento da civilização grega, na qual existiam pensadores filósofos que nessa época englobavam diversos conhecimentos de distintos temas, dentre eles Pitágoras e Aristóteles que já tinham convicção acerca da forma esférica do planeta.

A Geografia recebe diversos significados, de uma forma genérica dizemos que geo significa Terra e grafia, descrição, ou seja, descrição da Terra, essa descreve todos os elementos contidos na superfície do planeta como atmosfera, hidrosfera e litosfera que compõe a biosfera ou esfera da vida (onde desenvolve a vida), além da interação desses com os seres vivos.

O estudo da Geografia em sua fase inicial focaliza somente os elementos naturais, mais tarde, pesquisas unindo aspectos físicos com sociais foram estabelecidas, referentes à ação antrópica sobre o espaço natural. A partir desse momento teve início também o estudo sistemático das sociedades, tais como a forma de organização econômica e social, a distribuição da população no mundo e nos países, as culturas, os problemas ambientais decorrentes da produção humana, além de conhecer os recursos dispostos na natureza que são úteis para as atividades produtivas (indústria e agropecuária). Assim, o estudo geográfico conduz ao levantamento de dados sobre os elementos naturais que atingem diretamente a vida humana como clima, relevo, vegetação, hidrografia entre outros.

A Geografia moderna tem como precursor Humbold, que baseava no empirismo, posteriormente surgiram diversos outros pensadores que agregaram conhecimentos e conceitos distintos que serviram para o enriquecimento da ciência.


Algumas especialidades da ciência Geográfica:

Geografia Física: focaliza-se no estudo das características naturais, como clima, vegetação, hidrografia, relevo e os impactos decorrentes da exploração.

Geografia Humana: tem como objetivo o estudo da dinâmica populacional e suas particularidades.

Geografia Econômica: estudo de todas as relações econômicas realizadas no mundo e seus fluxos.

Geografia Cultural: focaliza a atenção para a identidade cultural das pessoas e dos lugares.

Geografia Política: estudo das relações do poder político e seus resultados.

Geografia Médica: realiza mapeamento de focos de doenças e sua distribuição no espaço geográfico.

As primeiras descrições consideradas como geográficas foram oriundas de registros de viajantes e comerciantes.